Daniel,eternamente,Daniel (Imortalidade é dádiva dos bons) (Fabião)

Daniel,eternamente,Daniel  (Imortalidade é dádiva dos bons) (Fabião)
Daniel, eternamente, Daniel!! Amor sincero é imortal, doação é imortal, coração...é imortal! Seu dom é imortal, perseverança é imortal, compaixão é imortal, bondade é imortal, meu amigo Daniel... é transcendental! Astronauta da arte! Poeta dos astros! Andarilho das estrelas... estrela do teatro! Ser cósmico da arte... Artista do cosmo! Que agora faz a mais bela das viagens, aquela que é a mais mágica de todas e quando chegar a minha hora ele me mostrará todas as maravilhas... por que acima de tudo ele é: AMIGO!!! (Fabião)

Tradutor

O que o amanhã trará? Eu sei que tudo é passageiro...

 

"O que o amanhã trará? Eu sei que tudo é passageiro..." no XV NEPOPÓ!

 

Por Saulo Machado

 

“O que o amanhã trará? Eu sei que tudo é passageiro", é um espetáculo do Grupo Máscaras de Guaranésia - MG. Foi apresentado no dia 8 de junho de 2023, quinta-feira, durante o 15º Festival Nacional de Teatro de São João Nepomuceno, às 21h.

É um experimento cênico que resultou numa inquieta imersão, às vezes constrangedora, sobre a ansiedade e depressão, chamando a atenção do público presente pela inusitada proposta.

Ao entrarmos no espaço cênico não havia cadeiras, o público se despojou ao redor da arena e alguns se permitiram ficar de pé. Para alguns, assim como eu, que já estava se encaminhando para a sexta apresentação do dia, lidava com o desconforto das dores nas costas, mas decidi sentar, o que impactou no feliz desconforto que perpetuou durante o espetáculo, somando ao desconforto trazido pelo ator.

Um único personagem (ou não personagem) em cena. Wemerson Funck, no primeiro momento nos conduz para dentro, para sua atuação. Respiração ofegante, o reconhecimento de suas dores e angústias e o desespero da solidão. Tais dores que o afligem são desdobradas em questionamentos, lamúrios e gritos que são compartilhados com a plateia que se torna cúmplice e inerte a situação, imitando a vida real.

A interpretação que se baseia num trabalho de corpo lindamente executado, traz posições desconfortáveis levando o ator a exaustão, trazendo uma linha teatral do mestre Grotowski, que acreditava na simplicidade cênica, uma conexão direta com a plateia, carnal e psíquica e explorando as potencialidades físicas, tudo isso sendo fruto de muito treinamento.

Os depoimentos reproduzidos foram complementando as formas que o ator concebia em cena. Falas que se tornaram poesias, pois são narradas dentro de um contexto em que o corpo do ator serve como uma ilustração do que está sendo dito.

O espetáculo foi impactante. Ao final quando é pedido para abraçar quem está ao nosso lado, lembramos de um propósito maior. Não é sobre a experiência do ator, é uma provocação que é nos feita sobre o nosso papel como ser humano num país de alto índice de ansiedade (1º no mundo) e depressão. A transferência de responsabilidade é realizada e nos questionamos até onde nos importamos e estamos dispostos a enxergar e agir quando o outro está sofrendo."

Saulo Machado [DRT 0014349/MG] É ator cataguasense radicado em Juiz de Fora. Ao longo de 20 anos contabiliza mais de 20 peças montadas, em sua maioria com o Grupo Divulgação. Em 2017, ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Teatro de Ubá pelo musical Rua 15, com o grupo Quem Sou Eu, e em 2019 recebeu o prêmio de melhor ator pelo espetáculo A Linha 2 no V Festival de Teatro Comunitário na cidade histórica de Mariana - MG, sob o comando do Hupokhondría. É formado em Artes e Design pela UFJF e trabalha com Arte e Educação, Museologia e Curadoria de arte no Fórum da Cultura/UFJF